Sabia que o seu cão pode sofrer de disfunção cognitiva?

A disfunção cognitiva trata-se de uma doença neurodegenerativa que ocorre em cães geriátricos (principalmente a partir dos 11 anos), caracteriza-se por perda progressiva de função cognitiva e apresenta algumas semelhanças à doença de Alzheimer nos humanos.

Estudos revelam que está claramente subdiagnosticada, pois há tendência a subvalorizar a doença por achar que são alterações normais com o avançar da idade. O diagnóstico é desafiante uma vez que não há nenhum exame complementar específico para a doença e muitas vezes não se manifesta no decorrer de uma consulta de rotina.

A disfunção cognitiva canina pode reduzir drasticamente a qualidade de vida do animal e afetar muito a sua ligação com os tutores.

Quais os sinais clínicos?

• Desorientação (olhar fixamente para o espaço envolvente, perder-se em espaços conhecidos, não conseguir contornar objetos, não reconhecer pessoas que lhe eram familiares);
• Alteração no ciclo do sono (estando mais acordado à noite, ganindo ou ladrando e dormindo mais durante o dia);
• Urinar e defecar em locais diferentes do habitual (deixam de pedir para ir à rua);
• Perda de resposta a comandos antes aprendidos (nome, sentar, deitar, dar a pata, etc.);
• Diminuição da interação com animais e pessoas (já não têm tanta euforia quando o tutor chega a casa, por exemplo);
• Comportamentos compulsivos como lamber, roer, andar aos círculos ou perseguir a própria cauda;
• Ansiedade (ficam mais nervosos com ruídos e ambientes estranhos).

Como tratar a disfunção cognitiva canina?

O tratamento pode e deve ser feito em diferentes valências:
• Comportamental, através da estimulação cerebral, com jogos que exercitem a mente, atividade física, interação social e enriquecimento ambiental, podendo, neste caso, a nossa piscina e os treinos caninos que temos à disposição poderem ser uma alternativa viável;
• Nutricional, através de uma dieta adequada para ajudar a melhorar a função cerebral (aconselhe-se com o seu Médico Veterinário);
• Farmacológico, sempre com a prescrição do seu Médico veterinário;
• Tratamentos complementares com hormonoterapia, suplementos vitamínicos.

Prognóstico!

O prognóstico é variável, pois sendo uma doença progressiva é importante diagnosticar o mais cedo possível para tentar atrasar a evolução da doença e dar qualidade de vida ao animal. Aconselhamos que esteja atento aos sinais clínicos referidos e que faça um check-up regular com um médico veterinário experiente, por forma a atuar precocemente.

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Artigo escrito pela médica veterinária Maria João Melo do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+