Cardiomiopatia hipertrófica felina
A cardiomiopatia hipertrófica é a doença cardíaca mais diagnosticada nos gatos. Esta patologia é caracterizada pelo aumento da espessura da musculatura cardíaca (miocárdio) levando ao comprometimento da sua correta funcionalidade. Ao existir espessamento do músculo cardíaco, a quantidade de sangue que entra no coração apresenta-se reduzida e o período de diástole (relaxamento) do miocárdio está alterado. Como forma de tentar compensar estas alterações funcionais, o coração aumenta a sua frequência de batimentos o que associado à fraca condição das células cardíacas afectadas pode conduzir à existência de arritmias. Estas alterações podem então levar a uma insuficiência cardíaca congestiva e à formação de coágulos dentro do coração.
Consequentemente, os coágulos circulam pelo corpo podendo causar uma trombose (obstrução da circulação), sendo os vasos que irrigam os membros pélvicos um dos locais mais comuns, podendo levar a uma paralisia dolorosa dos mesmos.
CAUSAS E PREDISPOSIÇÕES
Embora a causa permaneça desconhecida o facto de se verificar uma maior predominância em determinadas raças e o facto de já se terem identificado alterações genéticas em animais com esta patologia, leva-nos a acreditar que exista uma componente genética envolvida.
Na raça Maine Coon existe um teste genético específico para o despiste desta patologia, contudo, os testes genéticos não excluem a necessidade da ecografia cardíaca, já que não avaliam a função do coração.
A cardiomiopatia hipertrófica pode ocorrer de forma primária, genética ou de forma secundária; ocorrer devido a outras patologias como o hipertiroidismo, hipertensão sistémica, adenoma hipofisário (acromegalia), neoplasia (linfoma cardíaco) ou distrofia muscular. Assim sendo, torna-se essencial que a abordagem desta patologia seja sempre feita de uma forma abrangente para que o diagnóstico seja acompanhado do melhor prognóstico possível para cada caso.
RAÇAS PREDISPOSTAS À FORMA HEREDITÁRIA (PRIMÁRIA)
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Nestes animais, aconselhamos a realização do despiste através da ecocardiografia no primeiro ano de vida do animal, normalmente, entre os 8-12 meses. Sendo sempre aconselhado descartar antes da realização de procedimentos mais invasivos, como por exemplo uma anestesia geral.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Os sintomas desta patologia estão relacionados com a insuficiência cardíaca, incluem dificuldades respiratórias, respirar de boca aberta e letargia (sono profundo em que a circulação e a respiração parecem estar suspensas).
O diagnóstico desta patologia acaba por ser simples e rápido. É feito por profissionais especializados em cardiologia veterinária com recurso a uma ecografia cardíaca, designada ecocardiografia. Embora seja incurável e progressiva é uma patologia que se diagnosticada e medicada de forma adequada permite ao animal viver uma vida confortável. Quanto mais atempadamente for estabelecido o diagnóstico mais precocemente se pode instituir um plano médico-terapêutico ajustado a cada animal.
A equipa de médicos veterinários +Ani+ aconselha a todos os tutores das raças predispostas referidas acima a realização do despiste com ecocardiografia, de forma a atuar precocemente, promovendo a melhor qualidade de vida possível para o seu pequenote.
Se pretender, contacte-nos pelo 935 450 515 ou através de mensagem privada nas nossas redes sociais de Facebook e Instagram.
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Artigo escrito pela médica veterinária Helena Monteiro do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+