A importância inerente à desparasitação dos nossos animais de estimação há muito que é conhecida. Contudo, para que seja eficiente, é necessário que se tenham em conta determinados protocolos, ajustando sempre a sua frequência ao contexto em que o animal se insere e à maior ou menor suscetibilidade ao desenvolvimento de parasitas.
Neste sentido, a desparasitação dos nossos animais de companhia é imprescindível como medida profilática que protege os nossos patudos da propagação de patologias indesejadas, bem como a nós próprios, uma vez que muitos parasitas têm a capacidade de provocar zoonoses (doenças transmissíveis dos animais ao Homem).
Quando falamos de parasitas podemos classificá-los como internos (as comuns lombrigas e os parasitas pulmonares e urinários) e externos (como pulgas, carraças e piolhos).
PROTOCOLOS DE DESPARASITAÇÃO
Os parasitas subsistem ao longo de todo ano, pelo que o reforço regular da desparasitação é fundamental. Assim sendo, recomenda-se que os animais sejam desparasitados de acordo com o seguinte protocolo:
- Desparasitação interna em cães e gatos juvenis: às duas semanas e de 15 em 15 dias até aos 2 meses;
- Desparasitação interna dos 2 aos 6 meses: uma vez por mês até aos 6 meses;
- Desparasitação interna de cães e gatos a partir dos 6 meses: de 3 em 3 meses;
- Desparasitação interna de fêmeas futuras mamãs: no acasalamento; 15 dias antes da data prevista do parto; no dia parto e 15 dias após o parto. O desparasitante a utilizar é aconselhado pelo vet.
- Desparasitação interna em coelhos: estes não requerem desparasitações internas sazonais tão frequentes como os cães e gatos, podendo ser realizadas de 6 em 6 meses. A presença de diarreia em coelhos pode ser sugestiva de parasitas internos, devendo aconselhar-se com o seu médico veterinário.
- Desparasitação externa de cães e gatos: a partir do primeiro mês de vida. A frequência com que deve ser realizada depende do produto aplicado. Existem produtos que duram 4 semanas (spot-on, comprimido), 12 semanas (comprimido), 16 semanas (coleira) e até 8 meses (coleira). Note-se que a coleira é contraindicada em animais juvenis.
- Desparasitação externa em coelhos: à semelhança do que acontece em cães e gatos, existem diferentes apresentações.
- Em coelhas gestantes: deve ser realizada sob o olhar atento do seu médico veterinário.
TIPOS DE DESPARASITANTES
Os desparasitantes dependem essencialmente do peso do seu companheiro de quatro patas e há atualmente variadíssimos produtos disponíveis no mercado. Entre os quais, podemos destacar:
- Pipetas de aplicação tópica: colocadas entre os ombros do animal (onde ele não consiga ter acesso), devendo afastar-se o pelo de modo a abrir uma linha e colocar-se diretamente sob a pele para uma melhor absorção do produto. De sublinhar que não se deve dar banho nos 2 dias anteriores e posteriores à desparasitação. Ao administrar a pipeta num cão que tenha como coabitante um gato, estes devem ser separados durante 48h uma vez que a maioria das pipetas de cães são altamente tóxicas para os gatos. NUNCA APLICAR PIPETAS DESTINADAS A CÃES EM GATOS.
- Sprays e champôs: O spray é aconselhável quando os animais são ainda muito jovens, como por exemplo no primeiro mês de vida. Os champôs e produtos em pó são habitualmente limitados nos resultados, eliminando apenas os parasitas presentes no momento e não prevenindo novas reinfestações.
- Comprimidos: existem neste formato, tanto desparasitantes internos (de 3 em 3 meses em animais adultos), como externos (mensalmente ou trimestralmente, no caso de algumas gamas específicas);
- Coleiras: as coleiras podem ser repelentes contra pulgas, carraças, mosquitos e flebótomos, os vetores transmissores da Leishmaniose, e são de longa duração. Podem durar entre 6 meses a 1 ano. Em regiões endémicas de elevado risco de disseminação da Leishmaniose, sobretudo onde existam rios próximos, é importante combinar a utilização da coleira com a aplicação de pipeta e reforçar com vacinação contra a doença.
Cada animal é um ser único, por isso, não faça escolhas sem falar com o seu médico ou enfermeiro veterinário, eles são as melhores pessoas para aconselhar sobre a desparasitação da sua mascote. Além disso, de acordo com normas da Direção Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV), a dispensa de desparasitantes está sujeita a receita médica, podendo apenas ser feita a venda destes mediante a apresentação da respetiva receita nos locais autorizados ou mediante observação do animal pelo médico veterinário.
Qualquer dúvida, não hesite, estamos disponíveis todos os dias do ano para marcação de consulta.
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Artigo escrito pela Enfermeira Veterinária Jessica Ribeiro do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+.