A leishmaniose, uma doença parasitária causada pelo protozoário do género Leishmania, é uma preocupação crescente entre os donos de cães em Portugal. Esta condição, além de afetar os nossos amigos de quatro patas, é também uma zoonose, o que significa que pode ser transmitida aos humanos. Neste artigo, exploraremos a incidência, transmissão, prevenção e os efeitos da doença nos cães.

 

Incidência em Portugal

A leishmaniose canina é mais prevalente em áreas com climas quentes e húmidos, onde o vetor responsável pela transmissão, o mosquito flebótomo, prospera. Em Portugal é considerada uma doença endémica e a sua prevalência quase duplicou na última década, pelo que exige vigilância. O gradual aumento das temperaturas devido ao aquecimento global tem contribuído para o alargamento dos períodos favoráveis à doença. As regiões com mais prevalência registada são Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Interior, Vale do Tejo e o Algarve. No entanto, casos têm sido reportados em todo o país, tornando essencial a consciencialização de todos os proprietários de cães.

 

Transmissão

A transmissão é quase sempre feita através da picada do mosquito flebótomo. Uma vez infetado, um cão pode tornar-se um reservatório da Leishmania, contribuindo para a propagação da doença que tem o potencial de ser transmitida aos humanos. Para isso acontecer, o mosquito teria sempre de ser o vetor, nunca sendo a doença transmitida diretamente de cão para cão nem de cão para humano. A transmissão pode também ocorrer através de transfusões de sangue ou da mãe para os cachorros durante a gestação.

 

Prevenção

A prevenção é fundamental na luta contra a leishmaniose. Medidas simples, como o uso de coleiras e pipetas repelentes de insetos, especialmente durante as épocas de maior atividade dos flebótomos, são eficazes. Além disso, manter os locais de repouso dos cães limpos e livres de áreas propícias à reprodução destes mosquitos é crucial.

Outra ferramenta vital na prevenção da doença é a vacinação. Consultar um veterinário para discutir a vacinação é essencial, especialmente para cães que vivem em áreas de alto risco. A vacinação não só reduz o risco de contrair a doença, mas também atenua a gravidade dos sintomas em cães infetados, proporcionando uma camada adicional de defesa.

No +Ani+ temos os serviços necessários para ajudá-lo a si e ao seu patudo com a vacinação e outras medidas preventivas.

 

Efeitos nos cães

Os sintomas da leishmaniose em cães são muito variados e podem apresentar diferentes manifestações, podendo, sobretudo, aparecer de duas maneiras: cutânea, quando afeta a pele, ou visceral, quando os órgãos são afetados, especialmente o fígado e os rins.

Alguns dos sintomas iniciais mais comuns incluem perda de peso e apetite, apatia, descamação da pele especialmente nas orelhas e zona dos olhos, crescimento excessivo das unhas, entre outros. Se não tratada, a doença pode ser fatal. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para melhorar as perspetivas de recuperação. Cães infetados necessitam de cuidados veterinários especializados para gerir os sintomas e melhorar a sua qualidade de vida. Apresentando-se os sinais clínicos mencionados, o diagnóstico é confirmado através de testes laboratoriais.

 

Em resumo, a leishmaniose é uma ameaça séria que requer atenção contínua. A combinação de medidas de prevenção, como repelentes e higiene adequada, juntamente com a vacinação, desempenha um papel crucial na proteção dos nossos companheiros de quatro patas contra esta doença debilitante. Ao cuidarmos dos nossos animais, estamos também a contribuir para a saúde pública, evitando a propagação desta zoonose. Neste sentido, encorajamos todos os donos de cães a considerarem a vacinação como uma medida preventiva essencial para o bem-estar dos seus animais de estimação.

Qualquer dúvida, não hesite em contactar-nos ou dirigir-se ao nosso Hospital Veterinário para a realização de uma consulta onde os nossos médicos veterinários poderão esclarecer todas as dúvidas e iniciar um plano de prevenção.

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Artigo escrito pela Enfermeira Veterinária Rita Carvalho do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+ .