A úlcera corneal é uma das alterações oftalmológicas que mais frequentemente motiva uma ida ao nosso Hospital. Os principais sinais que alertam os tutores para que algo de errado se passa com o olho do seu animal são a presença de um piscar de olho repetitivo (blefarospasmo) ou olho fechado, prurido, vermelhidão na zona ocular, secreções oculares anormais, ou por se aperceberem que o olho se encontra “mais baço” que o habitual.
A córnea, que quando saudável apresenta um aspeto transparente, é a camada mais superficial do olho e é constituída por 4 estratos: A. epitelio corneal (camada mais externa e revestida pelo filme lacrimal), C. estroma corneal, D. membrana de Descemet e E. endotélio.
A úlcera corneal é uma perda de continuidade de uma ou mais camadas da córnea(como se fosse uma ferida). Esta alteração pode ser devida a múltiplas causas tais como: traumas, produção lacrimal diminuída, anomalias nas pálpebras ou cílios, infeções, contacto com agentes químicos, entre outras.
O diagnóstico é realizado através de um exame oftalmológico completo. O teste de fluoresceína, que consiste na aplicação de um corante no olho, permite a rápida identificação de úlceras uma vez que quando elas existem, o corante adere, adquirindo um tom esverdeado facilmente observado com a incidência de uma luz azul.
O tratamento da úlcera depende de características tais como a sua profundidade e extensão sendo fundamental apurar a causa primária e, sempre que possível, corrigi-la.
As úlceras simples/superficiais envolvem a realização de um tratamento tópico dirigido e cicatrizam rapidamente, numa média de 4 a 7 dias. Existem, porém, úlceras de carácter superficial, mas com resolução mais complexa – as úlceras indolentes ou defeitos epiteliais corneais espontâneos crónicos – uma vez que requerem a realização de um procedimento de desbridamento. Em úlceras mais profundas, em que há envolvimento do estroma corneal, pode ser necessária a resolução através de intervenção cirúrgica. Por sua vez, as úlceras totais ou desmatocélios, que afetam a última camada da córnea, tratam-se de uma emergência médica que implicam uma avaliação e ação terapêutica imediata pelo risco de ocorrer perfuração ocular.
Sempre que possível, a primeira medida a tomar pelos tutores quando se apercebem que existem alterações oculares sugestivas de ulceração no seu cão ou gato, e enquanto este não é avaliado numa consulta de oftalmologia, consiste na colocação de um colar isabelino de forma a evitar eventuais autotraumatismos e consequente agravamento da lesão.
No Hospital Veterinário +Ani+ contamos com consultas de oftalmologia com médico especialista, por isso, não hesite em contactar-nos e em agendar uma consulta de especialidade. A saúde da sua mascote é muito importante para nós, por isso, já pode contar com um formulário online para pedido de marcação de consulta, de fácil e rápido acesso.
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Artigo escrito pela Médica Veterinária Diana Carvalho do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+.