Puberdade e reprodução

Os coelhos são mamíferos que iniciam a puberdade entre os 3 e os 9 meses de idade, consoante a sua raça, anã ou gigante. Por norma, na natureza, a época de reprodução decorre quando os dias são mais longos. Contudo, no ambiente das nossas casas, as coelhas estão mais sujeitas a luz artificial e a temperaturas mais controladas, o que pode induzir a que estas se apresentem recetivas e com o cio durante o ano todo.

A gestação nas coelhas dura entre os 30 e os 33 dias e as ninhadas são variáveis, podendo mesmo chegar aos 14 bebés. Desta forma devemos ter muita atenção ao contacto entre macho e fêmea.

 

Importância da esterilização:

  • Conforto e qualidade de vida

O cio provoca algumas alterações a nível comportamental, em que as coelhas tendem a ficar com o cheiro mais intenso, escavam mais o feno e a jaula e também ficam mais agressivas e territoriais. Sendo realizada a esterilização, contornamos estas alterações comportamentais.

 

  • Evitar patologias

Cerca de 80% das fêmeas não esterilizadas apresentam alterações cancerígenas ou pré-cancerígenas a nível uterino (p.ex. quistos) aos 3 anos de idade. A neoplasia, mais frequentemente diagnosticada, é o adenocarcinoma uterino (tumor no útero). Após este diagnóstico, em média, a esperança média de vida é de 5 a 12 meses.

Nos casos de doença, os sinais clínicos mais encontrados são anorexia, falta de apetite, corrimentos a nível vulvar (que tanto podem ser transparentes e mucosos como sanguinolentos), urina com sangue, glândulas mamárias aumentadas ou com quistos e infertilidade.

A única maneira de prevenir este tipo de situação é então proceder à esterilização de fêmeas jovens, idealmente antes de mostrar qualquer tipo de sintomatologia e evolução da doença. No caso de a doença já estar presente, pode também efetuar-se esta cirurgia para atrasar a sua progressão, contudo deve ser feito um estudo prévio, não só de análises sanguíneas como também de diagnóstico através de imagiologia, para tentar perceber se há metastização local ou até noutros órgãos ou localizações.

Este tipo de tumor também não responde muito à quimioterapia, por isso é difícil controlar o desenvolvimento e dispersão da doença. Por norma só se faz tratamentos paliativos para ajudar a ter conforto e controlar a dor enquanto a coelha tiver qualidade de vida.

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Artigo escrito pela médica veterinária Glória Barbosa do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+

Médica Veterinária Glória Barbosa