A celulite juvenil canina, também conhecida como linfadenite granulomatosa estéril juvenil, é uma patologia que afeta apenas um ou vários cães de uma mesma ninhada e resulta de um processo imunomediado não infeciso de origem pouco conhecida3. Pensa-se que poderá haver uma componente hereditária, estando descrito o Teckel, o Golden Retriever, o Labrador Retriever, o Gordon Setter, o Beagle e o Pointer como as raças mais afetadas, não havendo, contudo, predileção por sexo3. A Celulite juvenil surge em cães com poucas semanas de vida até cerca dos 4 meses1,2.
Quais os sinais clínicos?
Os sinais clínicos típicos incluem o aumento exuberante dos gânglios linfáticos submandibulares, edema severo da face com eritema (vermelhidão), pápulas (relevo na pele) e pústulas (borbulhas) que podem evoluir para exsudação (pele húmida) e nódulos inflamatórios. Os pavilhões auriculares podem apresentar otite bilateral e a região periocular e o focinho geralmente apresentam crostas. Podem desenvolver-se também lesões nas extremidades dos membros, no abdómen, tórax, prepúcio e vulva, além da região perianal1,2, 3. Em casos mais graves podem surgir nódulos dolorosos que ao fistularem há drenagem de conteúdo purulento. Nestes casos, os animais podem apresentar anorexia, prostração e febre1,3.
Como fazer o diagnóstico?
O diagnóstico baseia-se no exame clínico do animal, tendo em conta a idade e os sinais apresentados1,2. Devem ser feitos ainda exames laboratoriais como a citologia de pele, a biópsia e o hemograma2,3. Por ser um processo não infecioso, tipicamente, os resultados laboratoriais não revelam a presença de microrganismos, podendo, contudo, surgir infeção bacteriana secundária1. Assim sendo, a terapêutica de eleição são os glucocorticóides em doses imunossupressoras e os antibióticos para as infeções bacterianas secundárias1. O prognóstico é, geralmente, favorável quando a terapêutica é instituída assim que se iniciem os sinais clínicos2.
Em suma: doença não infeciosa que afeta apenas cães muito jovens de qualquer sexo, podendo apresentar apenas sinais a nível da face (focinho, olhos e orelhas) ou acometer todo o animal.
Se observar um ou mais sinais clínicos referidos, contacte de imediato o seu médico veterinário. Procure um acompanhamento especializado e de qualidade para o tratamento do seu melhor amigo de quatro patas.
Esta é a Anita, que sofreu de celulite juvenil, mas com o tratamento e acompanhamento adequados no Hospital Veterinário +ANI+ conseguiu superar esta doença!
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Artigo escrito pela médica veterinária Débora Guimarães do Hospital Veterinário +Ani+ para o Blog +Ani+
Referências bibliográficas
- Martens, Sabrina M. (2016). Juvenile cellulitis in a 7-week-old golden retriever dog. The Canadian Veterinary Journal, 57(2): 202–203.
- De Bellis, Filippo. Juvenile Cellulitis in a young Staffordshire Bull Terrier. SCVS Veterinary Specialists, 2017. Disponível em: https://www.scvetspecialists.co.uk/about-us/news/september-2017/juvenile-cellulitis
- Canine juvenile cellulitis (juvenile pyoderma, puppy strangles). Improve Veterinary Practice, 01 May 2015. Secção Dermatology. Disponível em: https://www.veterinary-practice.com/article/canine-juvenile-cellulitis-juvenile-pyoderma-puppy-strangles
